Dra. Laura Simines, advogada familiarista, comenta sobre casamento e divórcio.
Vivemos em um mundo onde muitas famílias e casais seguem à risca uma rotina, em meio à correria do dia-a-dia com a agenda cheia de compromissos, deveres e obrigações, sejam estas pessoais ou profissionais, onde muitas vezes mesmo morando sob o mesmo teto, passam dias sem se ver.
Diante do cenário mundial da pandemia do Covid-19 (coronavírus) e do isolamento social, muitos casais e famílias que antes não conseguiam ter contato e convívio na maior parte do tempo, foram obrigados a conviver 24 horas por dia, todos os dias da semana juntos.
Em alguns estados do Brasil, o índice de violência doméstica em razão do isolamento social aumentou de forma considerável, uma vez que muitos parceiros e cônjuges passaram a conviver e dividir o mesmo teto com maior frequência. Este convívio contínuo tem gerado conflitos sociais e familiares que, poderão ser causa de um eventual divórcio.
Na China, segundo o The Global Times, o número de divórcios subiu de forma assustadora após a quarentena. Inclusive, em muitas cidades não há nem sequer horário disponível nos cartórios para a homologação do divórcio.
Na Rússia, muitos dos casais que decidiram se separar durante o período da quarentena deverão esperar. O Ministério da Justiça russo recomendou às autoridades que suspendam os casamentos e divórcios até o início de junho.
No Brasil, ainda não há qualquer recomendação neste sentido, contudo, algumas comarcas têm inovado e vêm utilizando a tecnologia para celebrar casamentos civis como forma de proteção e segurança aos cônjuges. Entretanto, ao tratar do divórcio, ainda é cedo para estipular em número o aumento destes casos, mas podemos afirmar que os casamentos e relacionamentos que sobreviverem à quarentena, certamente seguirão ainda mais fortes.
LAURA SIMINES – ADVOGADA DE FAMÍLIA
OAB/SP 427.290